O povo vota quando entende e em quem entende
Séries estatísticas sugerem que o povo vota quando entende e em quem entende
Eleitores açorianos parecem
distinguir finalidade das eleições
(Publicado no Diário Insular de 11 de Julho de 2019)
As forças políticas já estão em pré-campanha eleitoral para as legislativas nacionais de outubro próximo. O clima nos Açores também já é de pré-campanha, com os partidos a escolherem os candidatos que irão apresentar pelo círculo eleitoral das ilhas.
Num trabalho de colaboração com o jornalista Rafael Cota (que se ocupou da estatística e dos gráficos), DI lembra os resultados das últimas eleições, bem como a evolução registada pelas diferentes forças políticas nos Açores nas eleições para a Assembleia da República.
Vendo os gráficos pode verificar-se que o Partido Socialista já ganhou estas eleições, nos Açores, por quatro vezes, sendo as restantes ganhas pelo PSD.
Comparando os resultados das eleições para a Assembleia da República com outras eleições, como as regionais, as autárquicas ou para o Parlamento Europeu, bem como os dados da abstenção nas diferentes eleições, é possível verificar que os eleitores parecem ter uma clara ideia do que representa cada uma dessas eleições.
No caso das eleições para a Assembleia da República, o PSD conseguiu uma vitória em 2011, quando no ano seguinte, em 2012, o PS ganhou as regionais por uma significativa diferença. Em 2011, o PSD venceu as eleições numa lista que incluía Mota Amaral, Joaquim Ponte e Lídia Bulcão, enquanto pelo PS foram eleitos Ricardo Rodrigues e Carlos Enes.
Em 2015, o PS venceu as eleições nos Açores, com Carlos César, Lara Martinho e João Castro, enquanto o PSD ficou com dois lugares, ocupados por Berta Cabral e António Ventura.
O mesmo acontece com a abstenção, que é diferente, em eleições diferentes, mesmo em anos próximos. A observação dos resultados dos diferentes atos eleitorais mostra claramente que as pessoas votam quando entendem e em quem entendem, em cada momento e em cada eleição, com muita clarividência.
A nível nacional os resultados foram diferentes. O PSD, em coligação com o CDS, teve o maior número de votos, todavia, as circunstâncias políticas no quadro parlamentar levaram à constituição de um governo PS, com apoio do BE, do PCP e dos Verdes.
Abstenção nos Açores é a maior preocupação nas próximas eleições
Publicado no "Diário dos Açores" de 2 de Março de 2019
As eleições para o Parlamento Europeu, que terão lugar a 26 de Maio, estão marcadas pelo diferendo no interior do PSD sobre a posição de Mota Amaral nas listas, sendo que, segundo fonte do PSD, este só avançará num lugar elegível.
As eleições para o Parlamento Europeu, que terão lugar a 26 de Maio, estão marcadas pelo diferendo no interior do PSD sobre a posição de Mota Amaral nas listas, sendo que, segundo fonte do PSD, este só avançará num lugar elegível.
Alexandre Gaudêncio disse à comunicação Social disse que se tem reunido com o presidente do PSD sobre esta matéria, “demonstrando a intenção” junto de Rui Rio de que o militante histórico do partido surja num “lugar cimeiro da lista”. O líder regional do PSD/Açores referiu que vai “aguardar serenamente” uma decisão do Conselho Nacional do PSD, que ratificará a lista ao Parlamento Europeu a 13 de março.
Olhando os dados anteriores verifica-se que desde a primeira eleição para o Parlamento Europeu sempre houve um representante do PSD, em lugar elegível -- conforme se pode ver na lista que se publica --, no máximo houve um candidato em 9º lugar, em 1989 e nas últimas eleições, Sofia Ribeiro, ficou na melhor posição de sempre, em 3º lugar.
Apenas num caso o representante do PSD dos Açores foi o último eleito. No princípio houve uma tentativa de conseguir círculos próprios para os Açores e Madeira, mas não foi conseguida.
No tocante aos resultados, nas últimas eleições, em 2014, o PS venceu tanto nos Açores como no conjunto do país, sendo que na Região teve uma expressão maior, com uma diferença de quase 10 pontos percentuais.
A situação mais delicada é a que diz respeito à abstenção, que tem sido sempre mais elevada nos Açores, diferença que no último ato eleitoral, em 2014, foi de 66% no total do país enquanto os Açores totalizou 80%.
Texto e gráficos de Rafael Cota
Para “Diário dos Açores”
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